quinta-feira, 18 de junho de 2009

MULHERES TRABALHADORAS BRASILEIRAS

O perfil das trabalhadoras brasileiras

A participação das mulheres na força de trabalho é crescente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1973, elas constituíam 30,9% da População Economicamente Ativa (PEA). Em 1999, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) indicava que esta participação já atingia 41,4%, correspondentes a 32,8% milhões de pessoas. Cerca de 40% da população feminina (81,9 milhões de mulheres) encontrava-se então no mercado de trabalho, na condição de ocupada ou de desempregada.
A maior parcela das mulheres ocupadas (43,9%) trabalhava como assalariada, enquanto outras 17,2% atuavam em serviços domésticos. As funções eram exercidas principalmente na prestação de serviços (29,4%), em atividades agrícolas (20,4%), sociais (17,4%) e no comércio de mercadorias (13,5%). Apenas 8,4% trabalhavam na indústria de transformação.
Nas regiões metropolitanas, a participação das mulheres no mercado de trabalho tende a ser ligeiramente maior do que na média de todo o Brasil, uma vez que o dinamismo econômico dessas localidades oferece mais oportunidades profissionais. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Dieese, Fundação Seade e instituições locais em seis regiões metropolitanas, aproximadamente 50% das mulheres estão no mercado de trabalho.
Apesar da crescente participação, as mulheres ainda estão no mercado de trabalho.

Quando se comparam os anos de 2000 e 2001, nota-se que a participação feminina cresceu, exceto nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e Recife, enquanto a masculina aumentou apenas no Distrito Federal.

O maio fluxo de mulheres para o mercado de trabalho não significa, porém, a garantia de obtenção de emprego. Em todas as regiões metropolitanas onde a PED é realizada, a taxa de desemprego das mulheres é superior à dos homens.

Em 2001, apesar do melhor desempenho da economia no primeiro semestre, o desemprego cresceu ligeiramente em todas as regiões, exceto em Porto Alegre e São Paulo. De maneira geral, as mulheres foram mais afetadas que os homens. Em Belo Horizonte, por exemplo, o desemprego cresceu 0,9 ponto percentual para as mulheres e 0,1 ponto percentual para os homens. Em Recife, o desemprego para os homens diminuiu e para as mulheres, cresceu. Além das dificuldades para conseguir emprego, as mulheres estão sujeitas a trabalhar em postos mais vulneráveis do que os homens. A proporção de mulheres com vínculos de trabalho precários, sem garantia de acesso a nenhum benefício social (sem carteira assinada, autônomos que prestam serviços, empregados domésticos e trabalhadores familiares não-remunerados) é sistematicamente superior à dos homens, em todas as regiões pesquisadas.

Mesmo assim, os dados de 2001, quando comparados aos de 2000, apontam pequena redução do número de pessoas com inserção precária, justificada pelo desempenho positivo da economia no primeiro semestre do ano, com a geração de postos de trabalho com carteira assinada. Observa-se, assim, que a redução da participação das mulheres em ocupações vulneráveis foi maior que a dos homens. Em Porto Alegre, por exemplo, enquanto a proporção de mulheres neste tipo de posto de trabalho diminuiu, a de homens aumentou.

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